Liberar ou Discriminar a maconha
Mathias Gonzales
Tenho recebido comentários no meu artigo que trata da maconha. Muitos são francamente agressivos e outros concordando com meus pontos-de-vista. Este texto trata agora de uma outra questão: Liberar o uso da maconha, resolve o problema? Os usuários da maconha são criminosos?
A verdade é que ao longo da minha vida, desde a adolescência e mesmo quando me tornei psicólogo clínico, assisti a muitas pessoas se iniciando no consumo da maconha e percebi que são diversos os efeitos. Cada pessoa reage de modo distinto. Uns se deleitam e outros detestam. Da mesma forma como o álcool ou o tabaco, o uso pode ser uma experiência negativa ou positiva do ponto de vista psicológico e fisiológico.
Quanto aos aspectos de legalização, não sou favorável à idéia de “legalizar-se”algo que ainda suscita tanta polêmica e controvérsias. Os estudos mostram que a “cannabis sativa” tem propriedades positivas, mas por outro lado também pode causar uma série de perturbações e efeitos daninhos à saúde de pessoas, especialmente nas mais jovens. Trabalhei como psicólogo clínico em um centro de recuperação de dependente de drogas no Rio de Janeiro e não gostei do que vi lá dentro. Neste caso, nem se trata de uma questão meramente legal, mas sim de saúde pública. A maconha foi uma porta de entrada para outras drogas psicoativas, para pelo menos 70% dos drogaditos que tratei ao longo de 3 anos. Da mesma forma que o álcool que tanto mal causa aos que abusam dele e é considerado uma “droga legal”, não podemos fechar os olhos e dizermos que o fato dela estar liberada e legalizada, seus efeitos foram reduzidos. Temos o Governo arrecadando bilhões em impostos e milhões de vidas sendo paulatinamente destruídas como conseqüência do uso imoderado, exagerado e desregrado do álcool.
Pelo menos 2,3 milhões de pessoas morrem por ano no mundo todo devido a problemas relacionados ao consumo de álcool, o que totaliza 3,7% da