Libaneses
Hoje o comércio de Itabirito pode ser considerado um dos melhores e mais variados do interior mineiro. O consumidor encontra de tudo, com qualidade e bons preços. Para que isso se tornasse possível, longo foi o caminho percorrido por pessoas que muito trabalharam, almejando seus lucros mas, sobretudo, procurando servir bem à comunidade.
Temos como, por exemplo, o Sr. Farid Aziz Rahme e sua esposa dona Maria, os quais vamos hoje recordar.
Itabirito era ainda uma cidade pequena. Seu comércio era quase exclusivamente de gêneros alimentício, o que na época era conhecido por comércios de “secos e molhados”. Existia uma ou outra loja de variedades, roupas, chapéus (muito usados à época e que era uma peça indispensável no traje masculino, assim com a gravata), algumas lojas de tecidos, linhas, botões, artigos de perfumaria etc. Somente ao se aproximarem as festas natalinas é que as poucas lojas existentes revestiam-se de um colorido que chamava atenção, principalmente das crianças, que ficavam maravilhadas com a beleza das bolas de borracha coloridas, dos carrinhos, flautas, bonecas de celulose ou de papelão pintado, pois o plástico era ainda raro. Fora desse período, durante o resto do ano era aquela rotina de sempre.
Estabelecidos ali perto do Ideal Hotel- onde hoje está localizado o bar Dom Camilo, ao lado da rodoviária velha-, o Sr. Farid e dona Maria se viravam como podiam para ampliar os negócios de sua lojinha. Ele fazendo ternos de cassemira, brins e um ou outro terno de linho, e dona Maria, além dos serviços domésticos e sempre ás voltas com a criançada, ajudava no acabamento das roupas atendia os fregueses que procuravam a loja e alfaiataria do Farid. Como bons vendedores, o casal não deixava que nenhum freguês saísse da loja sem comprar pelo menos uma caixa de grampos para cabelos, uma caixa de pó de arroz, um ruge (muito usados pelas senhoritas), um pente, um lencinho ou um vidro de brilhantina da marca Royal-Briar, que fixava os cabelos