levi straus
O vídeo Saudades do Brasil aborda as viagens do antropólogo francês Lévi Strauss no país , no início de sua carreira, onde veio ao Brasil em 1935 com uma leva de professores europeus que vieram dar aulas na USP.
Organizou importantes expedições com Mario de Andrade, as principais as tribos indígenas Bororo, Kadiweu e Nambiquara; o vídeo ainda traz depoimentos do escritor Antônio Cândido, Jean Malaurie e de líderes indígenas, participações de Caetano Veloso e de Juliana Carneiro Cunha, o filme resgata importantes manifestações , tal como o funeral Bororo.
O filme inicia com um pombo o qual nos remete a uma viagem, embora o antropólogo afirme que detesta viajantes e exploradores, uma estranha metáfora a qual complementa dizendo: Somos o que vemos, mas não vemos as mesmas coisas e também somos vistos. Quando Lévi-Strauss viu pela primeira vez a Baía da Guanabara na cidade do Rio de Janeiro, repara a imperfeição triste de uma boca sem dentes. Ele entende que a sensibilidade é estranha a beleza e a alegria.
Tudo que abrangera laços sociais tornou-se pertinente, era a parte humana de sua experiência, seu espírito sisudo Europeu encontrou uma antropologia do humano por excelência e não o exótico o qual esperava, mas também são impactantes as imagens de nações indígenas que perderam sua originalidade e agora encontram-se petrificadas numa falta de identidade, uma clara mistura de emoção e dor, indíos nus com cocares cantam e dançam e logo em seguida vestem chapéus de Cowboy e camisas americanas contrastando opulentamente com o imaginário do espectador, do estágio primitivo a decadência.
Sem sombra de dúvida uma obra para ser vista e revista, onde a observação pessoal sobrepõe-se a livros de qualquer gênero sobre o assunto; Claude Lévi-Strauss propõe que nas investigações de culturas ameríndias o etnólogo tente entender o outro, o pensamento selvagem entendido como bricoleur que age com as mãos em objetos que já se encontram no mundo, é análogo