Os intelectuais franceses e o estruturalismo
Introdução
O diagnóstico do fim das ideologias, tal como é apresentado por exemplo por Raymond Aron no livro intitulado: TroisEssaisSurI,âgeindustriel, plon, trata geralmente do conjunto das sociedades desenvolvidas da américa e da Europa Ocidental. Relaciona a prosperidade, o crescimento econômico, a integração social, por um lado, e a progressiva extinção dos extremismos políticos, por outro: o automóvel, o frigorífico e a televisão teriam matado a revolução. Este tipo de análise inspirou inumeráveis comentários sobre o neocapitalismo:também chamado de economia mista, é um termo utilizado para designar uma nova forma de capitalismo, surgidos sociedades reconstruídas e tecnológicas do pós- guerra, que se caracteriza pela correção de seus excessos, mediante a aplicação de medidas visando ao seu bem estar social, o regime gaulista e espécie de entorpecimento político que caracteriza a França desde o fim da guerra da Argélia: como se uma das funções do naciolismo gaulista fosse, hoje em dia, fosse fazer um balanço de um processo objetivo de “americanização” da França
Mas o fim das ideologias significará o fim dos ideológicos? Se é verdade que a França atual, nas suas profundidades sociais, tende a adormecer numa sociedade de abundância e de integração social, este diagnóstico será igualmente válido para os grupos e os homens que tem a profissão de pensar e de escrever? Obejetar-se-á talvez que esta questão supõe um certo desvio em relação à definição original donde partimos: com efeito, as relações dos intelectuais com as ideologias são de outra natureza, em todo o caso mais complexas(mesmo quando são aparentemente simples, ou voluntariamente simplificadas) do que as do grande público.
Historicamente é mais simplificadoraque divinizar uma função puramente protestatória da inteligência: pro intermédio de grandes antepassados malditos, estalamo-nos facilmente numa herança excepcional. Acontece que Voltaire,