Resumo
“Raça e História” é um texto inscrito num contexto de pós 2ª Guerra Mundial, onde a Humanidade estava muito abalada pelo grande número de mortes causadas por diferenças raciais. A UNESCO então solicitou que diversos estudiosos discursassem sobre o tema com o intuito de acabar com o conceito de Raça Humana. Lévi-Strauss constrói esse texto para desarticular o conceito de que haveria uma superioridade entre as raças (brancas, negras e amarelas.) Um problema de cunho teórico trazido pelos Evolucionistas, que na medida em que houve uma ascensão do Nazismo, se tornou de fato um problema para o mundo. Segundo Lévi-Strauss:
[... se tratarmos os diferentes estados em que se encontram as sociedades humanas, tanto antigas como longínquas, como estádios ou etapas de um desenvolvimento único que, partindo do mesmo ponto, deve convergir para o mesmo fim, vemos bem que a diversidade é apenas aparente.] (RAÇA E HISTÓRIA - CLAUDE LÉVI-STRAUSS. P 336)
“Raça e História” representa o posicionamento da classe de antropólogos pelo fim da distinção de raça entre os humanos. Ainda que houvesse uma necessidade de aproveitar a mão de obra de todos para a reconstrução da Europa depois da guerra, inclusive daquelas “raças” ditas inferiores, havia um ideal humanitário na construção dessa teoria. Por isso o texto de Lévi-Strauss é estruturado de forma a atingir todas as pessoas e não apenas os estudiosos das Ciências Sociais.
Para Lévi-Strauss, não faz sentido discutir o sentido da Raça Humana, pois o número das diferenças baseadas em características corporais é muito pequeno quando comparado com as semelhanças genéticas dos indivíduos. Por isso Lévi-Strauss centraliza sua tese no conceito de cultura. Para ele, é a diferença cultural que separa os povos asiáticos dos africanos, por exemplo. Mas mesmo assim, de acordo com os Evolucionistas, haveria povos que seriam mais evoluídos do que outros. Sobre esse ponto, Lévi-Strauss defende uma teoria de