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Analisando a obra de Graciliano Ramos, Vidas Secas, escrito entre 1937 a 1938 podemos refletir sobre o que é realidade e o que é ficção, e a importância do contexto histórico que o autor estava inserido.
O mundo estava em processo de mudança, a crise econômica provocada pela quebra da bolsa de valores. No Brasil a crise cafeeira, a revolução de 30, o acelerado declínio do nordeste, fez crescer um novo estilo ficcional voltado para o social, privilegiando uma linguagem mais brasileira. Os romancistas de 30 caracterizavam-se por adotarem visão crítica das relações sociais, enfocaram o regionalismo, onde seus interesses eram mostrar a realidade do Brasil, com temas nacionais, o interesse pela vida cotidiana, e a denuncia social.
Um dos temas muito explorado era a seca que abatia a população nordestina, deixando-a em condições miseráveis.
Essa mistura de realidade e ficção é possível ver nas personagens de Vidas Secas. Narrado em 3º pessoa, o escritor aborda uma família de retirantes do sertão brasileiro condicionada de sua vida subumana, diante dos problemas sociais como a seca, a pobreza, a fome.
Vemos no personagem de Fabiano, a figura de um homem hostilizado pelo ambiente, pela terra e pela pobreza, o chefe da família incapaz de demonstrar seu pensamento com palavras, nordestino, pobre, ignorante, que tem o vício da bebida e perde dinheiro no jogo.
Sinhá Vitória, esposa de Fabiano, sofrida, mãe de dois filhos, com um grau de inteligência superior a de Fabiano, que a admira por isso. Lutadora e inconformada com sua condição de miserável.
Filhos, crianças sofridas que não tem noção da própria miséria, que tem a companhia e proteção da cadela, Baleia, personagem principal,