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HISTÓRIA DA LÍNGUA PORTUGUESA: EXERCÍCIO-TESTE (SEGUNDA PARTE)

3. Discuta comparativamente a variação e a mudança no latim com a variação e a mudança no Português. Vale aludir à escola, à escrita e ao preconceito.
Todas as línguas passam por variações e mudanças, uma vez que os falantes, com o poder de sua competência linguística, usam-na de formas variadas para denominar tudo que os cerca. Através do trecho exposto acima, podemos perceber a importância universal que a linguagem tem na caracterização de uma pessoa, de uma população, de um território. Apesar de sabermos que, para a Linguística, todo homem é igual frente a sua capacidade linguística e que a ciência da linguagem não procura fazer juízos de valor, na prática os falantes procuram sempre se distinguir uns dos outros, tratando, muitas vezes, aqueles que usam uma variante estigmatizada, preconceituosamente. No Português esse preconceito pode ter uma explicação muito simples. Sabemos que a variante de prestígio estudada nas escolas é a norma-padrão. Quando repassada nas escolas, os professores a concebem como variante correta e que os alunos devem seguir na fala as regras determinadas por essa variante. Apesar de supormos que é necessário estudá-la, não se pode concordar que a educação básica estude apenas essa variante, conferindo-lhe o valor de única correta e afirmando que, aqueles que fogem dessa variante, são os iletrados, analfabetos. Esse preconceito pode até ter uma raiz histórica. E, por coincidência, a mesma raiz histórica da qual o português derivou: o latim. Como qualquer outra língua, o latim também passou por mudanças e variações. E, como qualquer outra língua, passou pelo processo de estigmatização de variantes. Sabemos que a variante de prestígio de latim era clássica, estudada nas escolas, usada em documentos, e na qual a Igreja se baseou para formar o seu Latim Eclesiástico. O mais engraçado de tudo isso é que as línguas românicas (português, italiano, francês, espanhol)