Leituras
Esfinge da rainha Hatshepsut, mesmo danificada, após um bombardeio na 2ª Guerra, é exibida no Museu Neues, em Berlim
Na região de Tebas, nas proximidades do Chifre da África, no início do século 15 a.C., onde hoje é a atual Somália, nascia uma mulher que teria sua história predestinada a ir além de uma simples função como rainha, ou como os egípcios entendiam, a grande esposa do rei. Seu nome era Maatkara Hatshepsut (1508-1458 a.C.), e compreender o emaranhado de relações que a cercavam e suas consequências ainda é o início de uma história que temos muito por conhecer.
Ela foi a herdeira legítima do trono deixado por seu pai, Tutmósis I. A relação de ambos era muito forte: e sendo Hatshepsut sua única filha viva, ela estaria sendo preparada pelo seu próprio pai amado para assumir o reinado deixado por ele. Este, por sua vez, teria visto em sua filha toda competência necessária para assumir tal cargo.
Sabe-se que as mulheres possuíam certa influência em determinadas áreas da sociedade, sendo mãe desse ou daquele faraó, esposa de um homem importante, sendo dançarinas ou exercendo suas funções em atos fúnebres, por exemplo. Mas, Hatshepsut iria além!
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Templo Deir el-Bahari
OBRA DO DESTINO Seu pai, Tutmósis I, que governou o Egito durante a 18ª dinastia (1506-1493 a.C.) e deu início à era do ouro, teria expandido seu império até a Mesopotâmia e deixado grandes realizações em seu governo. Quando faleceu, não teria filhos homens legítimos para assumir seu cargo, então, Hatshepsut se tornaria sua herdeira direta.
Mas o destino lhe pregaria uma peça. Seu pai teria tido um filho homem, fora do casamento, Tutmósis II. Justamente por ser fora do casamento, ele não poderia assumir o trono. Então, acontece o casamento entre Hatshepsut, aquela que carregava o sangue real, com seu meio-irmão, para fazer jus a sua ascensão. É interessante salientar que, para o pensamento egípcio, não era concebível