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Amores destrutivos

Porque tantas mulheres se sentem atraídas por homens imaturos, indiferentes, infiéis, violentos, dependentes de álcool ou drogas e incapazes de satisfazer suas necessidades emocionais? Por que lhes custa tanto pôr fim em uma relação problemática?

Pouco amor não é amor, já dizia o escritor “Nelson Rodrigues”. Amar demais, em contrapartida, tem um apelo irresistivelmente poético, é verdade, mas até aonde podemos ir numa relação afetiva sem que ela extrapole os limites saudáveis? A obsessão que leva a uniões neuróticas, dependentes e tirânicas, das quais as mulheres têm sido as maiores vítimas.

Dormir com o inimigo é mais comum do que parece. No entanto, quando pensamos em violência doméstica, a imagem que vem á cabeça é a daquela mulher humilde que apanha do marido e não consegue sair da relação por medo de ser morta pelo parceiro. O fato é que esse estereótipo de violência conjugal, quase sempre distante da nossa realidade, é o extremo a que pode chegar um relacionamento destrutivo. A dominação, com freqüência, começa – e muitas vezes se mantém – de forma mental, fenômeno que chamam de violência psicológica. Ela geralmente se caracteriza por críticas ofensivas, humilhações, indiferença, ciúme doentio, chantagem emocional, entre outros indícios.

Sutis, esses desvios costumam ser interpretados e aceitos como sendo um traço da personalidade do parceiro. E, como a nossa sociedade reforça a idéia de que o amor justifica qualquer esforço, lá está mulher desculpando as constantes agressões que sofre, vivendo uma vida afetiva miserável na esperança ingênua de que um dia ele mude e os dois vivam o tão sonhado final feliz.

“O amor não vale tudo e se for realmente amor, tenha certeza de que não cobrará seu preço em lágrimas”¹.

Mulheres que amam demais têm pouca consideração com sua integridade pessoal dentro de uma relação amorosa, não acreditam que merecem amor pelo que realmente são. Em vez disso, tentam obter amor,