Leitura de imagens no ensino da Arte
2. LEITURA DE IMAGENS DE ROBERT OTT
2.1. Leitura de imagens: conceitos (Conceituar a expressão leitura de imagem)
O conceito de leitura está, de certa forma, muito vinculado ás palavras. Portanto são necessários alguns questionamentos quanto a isso: como podemos entender as expressões “ler o mundo”, “ler as pessoas” ou “ler os gestos”? Esses e outros questionamentos revelam que a leitura vai muito além da escrita (MARTINS, 1984, p. 7).
Uma definição importante sobre o tema proposto é a de “imagem”. Para SARDELICH (2006, p. 3) uma imagem é um signo que compreende vários códigos. Baseados nessa afirmação é possível estabelecer que a leitura de uma imagem é facilitada quando se tem fluência em decifrar os códigos.
Sandra Ramalho (apud PILLOTO, 2001) afirma que “tudo o que é perceptível é passível de leitura”. Neste contexto cabe ressaltar que ler é o ato de decodificar e compreender o que é expresso através de símbolos.
Portanto, a leitura de imagens consiste em saber desvelar o que está contido na obra, decodificar o que está presente na gramática visual e trazer os seus preceitos para a realidade. Para que esse processo seja possível é necessário que a função cognitiva esteja associada a sensibilidade do leitor, pois “a arte nos ajuda a conhecer o que não podemos articular” (PILLOTO, 2001; BARBOSA, 1997, p. 90).
Preocupado com a dimensão do conceito de leitura no mundo pós-moderno, KELLNER (1995, p. 109) afirma que ler imagens criticamente se resume em aprender a apreciar, decodificar, analisar e perceber a obra, contextualizando e aplicando o resultado da leitura na vida do leitor, sem deixar de perceber a forma e época em que foram elaboradas.
Dentre os fatores que podem alterar permanentemente a forma como lemos uma imagem está a construção social do indivíduo. Nossa linguagem, pensamentos, experiências e comportamento são socialmente construídos, isso pode limitar a percepção do indivíduo quanto ao conteúdo exposto a ele. Essa