LEITURA DA IMAGEM TEXTUAL
Embora seja uma atividade complexa, permeando grande parte da vida numa sociedade urbana, industrializada e tecnológica, a leitura como processo, a requerer metodologia e teoria próprias, não ocupa lugar de destaque nos currículos de formação de professores, muito além das fronteiras da alfabetização. Abordagens inclusivas de discussões sobre a leitura de imagens e dos aspectos do mundo de maneira geral são ainda mais escassas, se não inexistentes.
A leitura a partir do modelo interativo deve ser entendida como um processo no qual a informação flui tanto do texto para o leitor quanto do leitor para o texto. Observa-se uma interação entre autor/texto/leitor, na qual o sujeito leitor não permanece apenas num papel passivo de decodificador de palavras, ou frases. Todo o seu conhecimento de mundo pode ser ativado para, entre múltiplos procedimentos, elaborar e verificar hipóteses de leitura sobre o assunto do texto; negociar ou inferir significados; hierarquizar o texto (separando ideias principais e secundárias); estabelecer objetivos de leitura e definir níveis de acesso ao material lido segundo os mesmos; associar imagens e texto verbal na construção de sentidos.
Os próprios professores reconhecem a novidade de muitas informações teóricas e práticas a respeito do ‘ensino-aprendizagem’ de leitura. Também informam sobre as dificuldades de implementar o trabalho de compreensão leitora; entre outras razões, pelas dificuldades que os alunos parecem trazer na leitura, em sua própria língua materna.
Em última análise, a leitura é um processo complexo, não limitado à decodificação de signos e palavras, envolvendo uma leitura de mundo, uma atribuição e negociação de significados. Portanto, necessita ser sistematicamente trabalhada, segundo bases teóricas claras, pois só se aprende a ler, lendo. Sendo assim, cabendo ao professor o papel de orientador e incentivador de seus alunos