Leibniz e a noção de substância
Leibniz – esboço de uma carta a Arnauld, 1686.
Nome: Wagner R. R.
São Paulo
25/06/2012.
Como se dá a comunicação entre as substâncias distintas e, consequentemente, como a alma se relaciona com o corpo? Na presente dissertação tentaremos entender essa questão levantada pelo cartesianismo e seu desdobramento dentro da metafísica leibniziana, uma vez que Leibniz introduz a noção de substância como coisa individual (mônada) e como mundo separado de tudo, exceto de Deus, não existindo entre elas nenhuma relação ocasional. Para os filósofos cartesianos, uma das questões emergentes é a da definição de substância e da correlação das afecções e influências entre substâncias. Esse problema herdado do próprio Descartes, ao afirmar um dualismo por acreditar que existe somente duas substâncias, e que a sua argumentação sobre elas, a res cogitans(coisa pensante) e a res extensa(coisa extensa), não dá conta de responder com “distinção e clareza” (usando expressões do próprio filósofo) à pergunta de como essas realidades totalmente diferentes podem se comunicar. Descartes expõe a teoria de que essa comunicação se dá através da glândula pineal, mas tal resposta não é suficiente para satisfazer os rigores do racionalismo. Outro grande expoente do cartesianismo, Baruch de Espinosa, desfaz essa questão, já que para ele a substância é absolutamente única, sendo a res cogitans e res extensa apenas dois de seus infinitos atributos (os dois únicos percebidos pelo homem), duas realidades distintas de um mesmo “ente”; esta