Leibniz e a noção de substância

1691 palavras 7 páginas
“(...) segue [da noção de substância individual] que toda alma é como um mundo à parte, independente de qualquer coisa com exceção de Deus; que a alma é não só imortal e, por assim dizer, imperecível, mas que guarda em sua substância vestígios de tudo o que lhe acontece. Segue-se também a explicação do comércio das substâncias e, particularmente, a união da alma e do corpo.”
Leibniz – esboço de uma carta a Arnauld, 1686.

Nome: Wagner R. R.

São Paulo
25/06/2012.

Como se dá a comunicação entre as substâncias distintas e, consequentemente, como a alma se relaciona com o corpo? Na presente dissertação tentaremos entender essa questão levantada pelo cartesianismo e seu desdobramento dentro da metafísica leibniziana, uma vez que Leibniz introduz a noção de substância como coisa individual (mônada) e como mundo separado de tudo, exceto de Deus, não existindo entre elas nenhuma relação ocasional. Para os filósofos cartesianos, uma das questões emergentes é a da definição de substância e da correlação das afecções e influências entre substâncias. Esse problema herdado do próprio Descartes, ao afirmar um dualismo por acreditar que existe somente duas substâncias, e que a sua argumentação sobre elas, a res cogitans(coisa pensante) e a res extensa(coisa extensa), não dá conta de responder com “distinção e clareza” (usando expressões do próprio filósofo) à pergunta de como essas realidades totalmente diferentes podem se comunicar. Descartes expõe a teoria de que essa comunicação se dá através da glândula pineal, mas tal resposta não é suficiente para satisfazer os rigores do racionalismo. Outro grande expoente do cartesianismo, Baruch de Espinosa, desfaz essa questão, já que para ele a substância é absolutamente única, sendo a res cogitans e res extensa apenas dois de seus infinitos atributos (os dois únicos percebidos pelo homem), duas realidades distintas de um mesmo “ente”; esta

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