1ª guerra mundial
Alemães conquistam Liège e abrem caminho para invadir a
França – Exército da Bélgica oferece surpreendente resistência – Inovações da máquina de guerra alemã são decisivas para o resultado
Primeiro combate significativo da Grande Guerra, a Batalha de Liège, na Bélgica, terminou com sabor de vitória não só para os vencedores, mas também para os vencidos. A Alemanha logrou êxito em subjugar a cidade e suas fortificações, um feito que já era esperado pela diferença abissal de quantidade e qualidade entre os exércitos envolvidos. Mas os belgas – e, naturalmente, seus aliados franceses e britânicos – celebraram a brava e inesperada resistência dos homens do general Gerard Leman, que renderam-se apenas depois de doze dias de pugnas encarniçadas. A coragem e a tenacidade da armada belga não apenas atrasaram a marcha germânica, permitindo que as forças francesas e britânicas pudessem organizar melhor suas defesas em Paris – alvo da coluna alemã –, mas também forneceram importante componente moral à Tríplice Entente, provando que o exército alemão não é infalível.
Como descrito na cartilha do Plano Schlieffen, a Alemanha optou por atacar a França pelo norte. No caminho entre as duas potências, porém, está a neutra Bélgica, que, sem fazer concessões, não cedeu passagem às forças germânicas, conforme requisitado pelo Reichstag no começo de agosto. Aos agressores, não havia, pois, outra alternativa senão levantar a espada. O primeiro obstáculo foi Liège, situada no vale do rio Meuse, conhecida por sua vocação metalúrgica e defendida por um estratégico anel de 12 fortificações em seu entorno. Construídos nos anos 1880 pelo engenheiro militar belga Henri Brialmont, os fortes semissubterrâneos, com uma cúpula retrátil em forma de tartaruga, estão a um raio de 6 a 10 quilômetros da cidade, separados cada um por cerca de 4 quilômetros – distância que permite, em caso de ataque a um deles, alcance de artilharia de seus vizinhos imediatos.
Para conquistar