Mesmo tardia, a implantação da Lei Seca, no Brasil é uma clara e evidente comprovação de que o Governo reconhece a necessidade de atuar efetivamente na fiscalização e no combate de problemas cotidianos da população. Mas, somente a regulamentação de uma lei e aquisição de equipamentos fiscalizatórios como o etilímetros, os conhecidos ‘bafômetros’, são necessárias para que se consiga o objetivo, a conscientização da população e inibição de dirigir alcoolizado. Pelo tamanho do problema, em consequência do estrago que o mesmo provoca, punições mais severas deverão ser analisadas. A partir daí, além da ‘Lei Seca’, devem ser revistos também os códigos de Trânsito e Penal brasileiros, para que os que venham a cometer o crime de dirigir embriagado, causando ou não acidentes, recebam condenações mais austeras; que respondam, no mínimo, por crime hediondo. Por ser um assunto de grande relevância e importância, disciplinas que enfoquem diretamente as causas e consequências do uso de drogas, mesmo as consideradas lícitas e, principalmente, as ilícitas, deveriam fazer parte das grades escolares, desde o período infantil até a conclusão do ensino médio. Espera-se que, com o aumento dos recursos anunciados pelo Governo Federal, provenientes do lucro do petróleo que será extraído da camada do Pré-Sal, localizada em parte da costa brasileira, a educação pública do país seja de fato repensada e seus conceitos reformulados. Não adianta imposição sem que se trabalhe a educação do indivíduo. Dados por amostragens em relação à diminuição de mortes e acidentes no trânsito não refletem necessariamente a realidade de todos os municípios, principalmente os mais distantes dos chamados grandes centros, onde jovens têm perdido a vida, nas mesmas proporções, em dirigir após fazer uso de álcool. Ações governamentais podem não ser suficientes e eficientes. A conscientização se torna mais fácil e compreensiva quanto existe uma participação efetiva da família.