Lei seca
De acordo com Rafael Pinna, colégio de A a Z, o tema escolhido é um pouco mais pontual do que o Enem vinha apresentando em anos anteriores, mas ele afirma que a proposta segue o perfil histórico de reflexões em cima de uma questão social.
- Como o Enem tenta "medir" o grau de cidadania e consciência dos alunos, a ideia é avaliar o quanto o estudante consegue entender as situações e as transformações da sociedade. E a lei seca se encaixa nisso tranquilamente - avaliou o professor, que é ex-corretor da prova do Enem.
O professor Nei Xavier complementa:
- Parece um tema fácil de ser comentado pelo aluno, já que o assunto é atual e integra a rotina de parte dos candidatos. Por mais que muitos não dirijam, eles estão sempre em contato com as blitzen nas ruas. Um ponto interessante para abordar é a redução de acidentes de trânsito. Mas um aspecto negativo é o dos perfis nas redes sociais para burlar as blitz, o que acaba prejudicando a eficiência da lei.
Para Eduardo Trevisan, porém, o candidato deveria ressaltar os efeitos positivos, mas também abordar os negativos, como "as operações feitas para arrecadar multas". Segundo ele, seria interessante o estudante mencionar, ainda, a questão do transporte público de qualidade.
- Acho positivo o Enem abordar isso, já que essa garotada do Enem vai começar a dirigir. Muitos países no mundo têm leis semelhantes à Lei Seca, mas nesses lugares há uma boa prestação de serviço. Desafio qualquer um a conseguir um transporte público decente no Rio às 3h da madrugada. Não houve alternativa à criação da Lei Seca - afirma o criador da perfil no Twitter.
Para o coordenador de Redação do Colégio pH, Filipe Couto, seria importante compreender que o tema não pedia um texto sobre a importância da Lei Seca, mas sobre os efeitos da sua implantação:
- O aluno que ficar apenas falando sobre a relevância dessa norma estará tangenciando o tema. É fundamental problematizar a questão, abordando, por exemplo, aspectos como impunidade