historia
Essa medida, que eliminava o exclusivo metropolitano sobre o comércio da Colônia, desferia um golpe mortal no Pacto Colonial, constituindo o primeiro grande passo para a Independência efetiva do Brasil. No comércio de alguns gêneros, contudo, continuou o monopólio real, pois a carta-régia estabelecia a franquia dos portos brasileiros ao comércio em geral, “à exceção do pau-brasil ou outros produtos notoriamente estancados”.
A Abertura dos Portos, antes de mais nada, deve ser sentida como um acontecimento da expansão do capitalismo industrial, sendo decretada em razão de um emaranhado de fatores. Em primeiro lugar, deve-se entender papel da Grã-Bretanha. A ela interessava sobremaneira a ruptura do Pacto Colonial, pois a burguesia inglesa, ávida pela ampliação dos mercados consumidores de seus produtos manufaturados, era a principal defensora do livre-cambismo.
Em segundo lugar, foi de fundamental importância a atuação da classe dominante colonial junto ao príncipe-regente. A aristocracia rural via na extinção do exclusivo a eliminação da incômoda intermediação portuguesa, o aumento dos lucros nas exportações e a aquisição de produtos manufaturados a preços baixos. A elite agrária teve como destaque o seu porta-voz, José Maria Lisboa, futuro visconde de Cairu, economista e seguidor de Adam Smith.
O Príncipe-Regente prosseguiu no desmantelamento estatuto colonial, revogando com o Alvará de Liberdade Industrial, de 1 º de abril de 1808, o Alvará de Proibição baixado por sua mãe, D. Maria I, em 1785. Permitia-se assim o livre estabelecimento de manufaturas e indústrias no Brasil, sendo que a própria Coroa instalou fundições em Morro do Pilar e Congonhas (Minas