Larva migrans
Descrição
A Larva Migrans Cutânea (LMC) é uma zoonose conhecida vulgarmente como bicho de praia, bicho geográfico e larva serpiginosa, pelas lesões cutâneas causadas. É decorrente do contato direto da pele do ser humano com a larva do terceiro estádio de Ancylostoma spp, presente no solo ou em fômites contaminados com fezes de cães doença causada por parasitas intestinais de carnívoros domésticos, que penetram na pele do homem na forma de larvas causando a doença1,2,3.
Apresentação clínica
Após penetração na epiderme, são formados pontos eritematosos ou pápulas no local de entrada das larvas. Ao migrar no tecido subcutâneo, são causadas reações inflamatórias caracterizadas por prurido intenso e erupções de aspecto serpiginoso que formam túneis (trajetos inflamatórios) que avançam 2 a 5 cm por dia. As lesões são observadas mais frequentemente nos membros inferiores, principalmente nos pés, nádegas e mãos 3,4.
Etiologia
Os agentes etiológicos são geohelmintos encontrados em diversos países, principalmente naqueles em regiões tropicais ou subtropicais. As espécies mais comuns no Brasil são o Ancylostoma brasiliense e o Ancylostoma caninum, parasitas de gatos e cães, respectivamente, mais frequentes em regiões litorâneas. Os parasitas adultos vivem no aparelho digestório de tais animais e ovipõe no intestino delgado. Os ovos são eliminados nas fezes do animal e encontrando umidade e temperatura favoráveis, tornam-se larvas infestantes em aproximadamente sete dias 1,3.
O solo de praias e outros locais públicos é a principal via de transmissão para essa e outras zoonoses parasitárias, uma vez que a eliminação de fezes de animais domésticos que têm acesso aos locais de recreação pública pode resultar na contaminação por ovos de helmintos 3.
O homem não é o hospedeiro definitivo, tornando-se de forma acidental, quando entra em contato com as larvas infectantes que penetram em sua pele através de folículos pilosos, glândulas