Laraia. cultura.
CCHL- CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E LETRAS
CURSO: CIÊNCIAS SOCIAIS
DISCIPLINA: FORMAÇÃO HISTÓRICA DO MUNDO CONTEMPORÂNEO
DOCENTE:
TÓPICO ESPECIAL: QUESTÕES DA CONTEMPORANEIDADE
LARAIA, Roque de Barros. Cultura: um conceito antropológico. 16ª ed, Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2003. 1. O Determinismo Biológico São velhas e persistentes as teorias que atribuem capacidades específicas inatas a “raças” ou a grupos humanos. Muita gente acredita que os nórdicos são mais inteligentes do que os negros; que alemães têm mais habilidade para a mecânica; que os judeus são avarentos e negociantes; que os norte-americanos são empreendedores e interesseiros; que os portugueses são muito trabalhadores e pouco inteligentes; que os japoneses são trabalhadores, traiçoeiros e cruéis; que os ciganos são nômades por instinto, e, finalmente, que os brasileiros herdaram a preguiça dos negros, imprevidência dos índios e a luxúria dos portugueses. Os antropólogos estão totalmente convencidos de que as diferenças genéticas não são determinantes das diferenças culturais. Segundo Felix Keesing, “não existe correlação significativa entre a distribuição dos caracteres genéticos e a distribuição dos comportamentos culturais. Qualquer criança humana normal pode ser educada em qualquer cultura, se for colocada desde o início em situação conveniente de aprendizado”. Em outras palavras, se transportarmos para o Brasil, logo após o seu nascimento, uma criança sueca e a colocarmos sob os cuidados de uma família sertaneja, ele crescerá como tal e não se diferenciará mentalmente em nada de seus irmãos de criação. Ou ainda, se retirarmos uma criança xinguana de seu meio e a educarmos como filha de uma família de alta classe média de Ipanema, o mesmo acontecerá: ela terá as mesmas oportunidades de desenvolvimento que os seus novos irmãos. Em 1950, quando o mundo se refazia da catástrofe e do terror do racismo nazista, antropólogos físicos e