Laban
Quem foi Laban
Laban foi bailarino, coreógrafo, artista plástico, arquiteto, estudioso do movimento humano. Estas suas atividades foram exercidas como pesquisas científicas sobre o ser humano e a urgente necessidade de uma melhor qualidade de vida.
Assim como outros em seu tempo, (1879/1958) buscava uma solução para o conflito cartesiano entre o corpo e a mente. Nas transformações do século, XIX para o XX, as comunicações se potencializaram e a tecnologia de produção industrial teve grande desenvolvimento. Para alguns visionários e humanistas, esta transição era a oportunidade de livrar o mundo de seus maiores problemas (fome, miséria) através da tecnologia e, então, dedicar-se ao ideal quase iluminista do artista/cientista, o filósofo/atleta, o bailarino/guerreiro. O objetivo era unir as pessoas em suas diferenças em torno da arte e do conhecimento.
Este iluminista do séc. XIX participou da efervescência da vanguarda da virada do século e construiu um caminho por onde puderam trilhar os grandes mestres da dança européia do séc. XX, com repercussões interessantes e fundamentais em outros continentes, como por exemplo, o Brasil. Principalmente, trouxe de volta a atenção sobre o movimento cotidiano, o homem comum, o ser humano e suas contradições, suas singularidades, dando um salto por sobre o formalismo idealizado do ballet, das cortes e contos de fada, para a expressividade de cada um, o estudo do corpo particularizado pela noção de indivíduo.
Durante sua vida Laban foi se associando a outros artistas e cientistas de todo o mundo. Sua teoria sobre os princípios do movimento humano fundamentou inúmeros trabalhos em dança, terapia, educação, saúde pública...
Vários centros de pesquisa internacionais continuaram sua obra. Laban desencadeou um processo em que foi até ofuscado pelo sucesso de seus alunos: Jooss, Mary Wigman, Leeder, Bartenieff... Cumpriu assim seu objetivo, ou seja, colocar em movimento uma idéia, uma emoção, um sentimento.