Kula
O aspecto fundamental é essa troca cerimonial dos vaygua (objetos de valor), no caso, os colares de conchas vermelhas chamados soulava, vindo no sentido horário desse circuito, sendo transportados na direção oposta os braceletes feitos de conchas brancas chamados mwali, encontrando-se em dado momento para realizar o ritual da troca. Aquele que recebia um colar, era então obrigado a corresponder com um bracelete e vice-versa. As condições para a participação nessa circulação de riquezas inter-tribais variavam de região para região, mas o que não se alterava era o fato de os principais objetos de transações do Kula serem muito cobiçados por todos os papua, sendo tais dádivas utilizadas majoritariamente como enfeite dos trajes de dança elaborados para as grandes ocasiões festivas, em danças cerimoniais e em outros momentos de contato com demais tribos, ocasionando aos colares e braceletes um símbolo de posição e status na comunidade, que era intensificado ao se negociar com outros grupos, por exemplo. Para Malinowski, acima do valor estético e advindo do trabalho empregado na confecção dos objetos dessa troca ritual, está a oportunidade de se estabelecer relações e vínculos às vistas de se ganhar prestígio social. Os costumes e tradições que acompanhavam esta troca de riquezas é cuidadosamente pré-escrito no sistema cultural das pessoas nele envolvidas, especialmente no que