Malinowski e o Kula
As regras das trocas que acontecem no Kula foram por Malinowski assistidos e analisados como relações sociais das quais emergem o poder, os mitos, os aspectos econômicos, etc.
Malinowski elege o Kula como um fenômeno social porque observa que tal instituição do universo “selvagem” constrói um mundo repleto de significados, assim demonstra o conjunto de regras do Kula a partir das trocas do Soulava e do Mwali (braceletes brancos e colares vermelhos) e transcreve as palavras dos nativos: “uma vez no Kula, sempre no Kula” (IDEM:
85). O antropólogo observa que a cerimônia de troca nativa representa relações que irão fazer permutar uma grande variedade de bens consideráveis indispensáveis entre os povos tribais das Ilhas do Pacífico. Muitas atividades interligadas a instituição do Kula como à construção de canoas, as cerimônias fúnebres e os tabus preparatórios foram descritas por Malinowski, mas a importância dada ao Kula por Malinowski não era a mesma conhecida pelos nativos: “A imagem do todo não existe em sua mente” (IBDEM: 87).
Os nativos de Sinaketa que irão receber braceletes brancos do Norte e passálos para as pessoas da ilha do sul, também irão presentear pessoas do norte com colares vermelhos formando uma regra precisa de relação de troca para o resto da vida. Dessas relações as pokatas (oferendas) e os kaributu (presentes de solicitação) serão também trocados. Na cerimônia do Kula, o materialismo histórico é duramente criticado por Malinowski, pois os
Trobiandeses demonstram, durante a prática do Kula, que o ser humano busca mais do que vantagens puramente utilitárias (MALINOWSKI: 1922). Assim, sem dar margens às críticas pela importância que atribuía ao ritual do Kula, Malinowski comprara a inutilidade dos objetos trocados pelos nativos de Trobiands com a inutilidade de alguns objetos que a coroa inglesa
mantêm