O Significado Do Kula TRABALHO CARMEM

Discente: Renata Alencar Beckmann de Lima
MALINOWSKI, Bronislaw. Org. Eunice Durham. São Paulo: Ática, 1986. Cap 5. O significado do Kula (p. 107-116).
No capítulo referente ao significado do kula, Malinowski nos mostra que esta prática é relacionada a uma ampla rede de sociabilidades e influências. O kula têm um caráter transitório que é por si só totalmente simbólico e que ele está longe de ter algum significado econômico se pensarmos e comparamos ao modelo existente em nossa civilização ocidental e capitalista (não há valor de dinheiro ou moeda de troca). Este caráter do kula descrito no livro Argonautas do Pacífico Ocidental, prova que as trocas primitivas existem e o chega a enfraquecer de fato o pensamento dos Formalistas, que estão descritos no texto de Maurice Godelier.
Para Malinowski, o kula é um tipo de “fato etnológico” novo e a novidade está na sua extensão tanto social quanto geográfica, pois ele não fica apenas sendo praticado dentro de um pequeno grupo e sim é compartilhado em relações que são “intertribais”. A rede de relações e influências dos povos que praticam o kula é altamente desenvolvida, e isto leva ao questionamento do real sentido de tratar os povos como primitivos, já que apresentam aspectos tão desenvolvidos de troca, claro que uma forma de troca que não nos cabe enquanto ocidentais e como o que entendemos em nosso mercado.
Dentro do kula a peça é possuída e trocada, tal posse é o que dá a essa peça mais valor simbólico mesmo que esta peça seja algo que para nós seja destituída de valor. Deve ser destacado neste texto, que não existe a barganha entre os objetos de troca no kula e há um código estabelecido que deve ser respeitado (mais uma comprovação do caráter alto de organização dos povos ditos primitivos). A troca realizada no ritual representa para o nativo algo muito além de um simples significado do termo “troca”. Isto o exalta, confere dignidade e é tratado de forma afetuosa e também é venerado.
Os objetos usados pelos