Kissila Ramos
“ De 75 anos, recebe em sua casa – o Espaço Cultural José Carlos de Barcellos – estudantes, historiadores, pesquisadores e turistas interessados em conhecer não apenas a história oficial de Quissamã. Segundo ela, á história não pode ser retida entre quatro paredes. Deve ser preservada e, principalmente, libertada. Depois de viver 47 anos em Niterói, ela voltou à cidade natal para realizar o que chama de “sonho”. Em junho de 1997, concluiu a casa onde mora, em meio a uma área de restinga, e inaugurou o Espaço Cultural.” “A memória não é um sonho, é um hábito, é um trabalho.” (Ecléa Bosi).
O livro Mascates de sonhos lançado em 2011, é resultado de uma série de histórias vividas, e relatadas por moradores de Quissamã, assim como de lembranças da própria autora Helianna Barcellos de Oliveira.
“Foi muito comum ouvir lamentos quando questionávamos sobre alguma coisa ou algum lugar. A resposta era “já não existe mais”. Infelizmente, essa é uma resposta que “dilacera as lembranças como um punhal”, como escreveu Ecléa Bosi”. Assim como muitas histórias não puderam ser contadas por serem casos confidenciais.
Projeto Quissamã Memória Viva encontrado no Espaço Cultural José Carlos de Barcellos, é um projeto que busca manter viva a história dos moradores que viveram ou vivem em Quissamã, em várias épocas. Contribuição do IBGE, UFF, UENF, entre outros órgãos na construção do acervo.
Amiga da autora a mais de quarenta anos - Ismênia de Lima Martins - apresenta o livro destacando entre algumas das crônicas citadas, as que mostram as formas de sociabilidade da cidade, como as festas religiosas, a de Nossa Senhora do Carmo, padroeira da CIA do engenho central e a festa da penha, que foi trazida por negros que migraram do Espirito Santo, e construíam uma capela de palha em homenagem a Nossa Senhora da Penha. Depois naquele mesmo local, foi construída uma capela de alvenaria, onde eram realizadas comemorações que duravam três dias, reunindo