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CONTEXTO HISTÓRICO DO REALISMO Para estudarmos o advento desse Estado, seria importante situá-lo na fase que os historiadores convencionaram chamar de transição do chamado Ancien Regime ao período da Revolução Francesa. As idéias de liberdade difundidas pela Revolução Francesa espalham-se pela Europa no começo do século XIX. No período que vai de 1820 a 1848, as nações européias esforçam-se para conter tanto o avanço dessas idéias quanto a expansão napoleônica. O ano de 1848 antecipa aquilo que marcaria toda a segunda metade do século: lutas sociais e fermentação de idéias políticas. A sociedade européia da segunda metade do século XIX vive os efeitos da Revolução Industrial e do amplo progresso científico e tecnológico que a acompanham, tais como a substituição do ferro pelo aço e do vapor pela eletricidade; o desenvolvimento de maquinaria automática, dos transportes e das comunicações; o aprimoramento da estrada de ferro; as primeiras experiências com automóveis ( tricíclos motorizados),etc. É uma época de progresso material, de benefícios econômicos para a burguesia industrial, contudo, o operariado vive um período de intensa crise e miséria. No ano de 1848, em vários países europeus como Itália, Alemanha e França, ocorrem intensas perturbações sociais produzidas por movimentos de origem popular assentadas em idéias liberais, nacionalistas e socialistas. No mesmo ano, é publicado o Manifesto comunista, de Karl Marx e Friedrich Engels, em que se defendia que o socialismo científico (sistema no qual existiria uma sociedade igualitária, sem a exploração do homem sobre o homem) só seria alcançado por meio de uma luta de classes e da extinção da burguesia e do sistema capitalista. Tal teoria contrapunha-se às idéias de Robert Owen, Proudon e outros, que acreditavam na possibilidade de se chegar a uma organização comunista da sociedade sem luta de classes. Ao lado da fermentação político-social, verifica-se uma