Kalecki
CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E ECONÔMICAS – CCJE
Disciplina: Teoria Macroeconômica III
Professor: Rodrigo Franklin (rodrigo.franklin@ufrgs.br)
Período: 2011/2
Aluno: Jean Malta Nogueira
Ficha de Leitura VII – Kalecki cap. 2
Kalecki demonstrou que a distribuição da renda é função inversa das barreiras à entrada, que definem o grau de monopólio do sistema e a produtividade do trabalho. Afinal, quanto menores as barreiras à entrada:
1) maior a disputa por parte das empresas para conquistar clientes, o que impõe a depressão do mark-up, com conseqüências positivas sobre o salário real;
2) maior a parcela dos trabalhadores que pode se auto-empregar, bem como empregar uma outra parcela da população trabalhadora a partir da adoção de padrões produtivos pouco intensivos em capital e intensivos em trabalho vivo.
Estes dois movimentos determinam que, para um mesmo valor dos gastos autônomos, serão maiores o emprego, a massa de salário, a renda e o grau de utilização da capacidade instalada. O que se resolve em estímulos à sustentabilidade do crescimento econômico, por oposição à reversão endógena, típica de economias capitalistas fortemente oligopolizadas.
Na modelagem mais conhecida do sistema kaleckiano de distribuição a produtividade do trabalho é indicada pelo parâmetro “j”, que corresponde à razão média entre dispêndios com insumos e salários. Mais exatamente, se a distribuição é medida pela participação dos salários na renda (W / Y), então, para Kalecki: W / Y = W / [ (W + M) + W] = 1 / [ (1 + j) + 1], onde é o mark-up sobre os custos diretos e M é o total dispêndio com insumos.
É bom lembrar que os movimentos redistributivos em Kalecki não se definem no mercado de trabalho (responsável tão somente pela determinação da taxa nominal de salários), mas no mercado de produto (responsável pela determinação do nível geral de preços). Para ser mais claro: em Kalecki, a distribuição é função do salário