Juventude e cooperativismo
Manuel Fábio Matos BARROS1
Lidirlaine Aparecida Costa Amorim2
1. APRESENTAÇÃO
A região Sudeste do Estado do Pará sempre foi vista como emblemática a partir de várias óticas e em momentos distintos, sempre envolvendo pessoas e os recursos naturais, dentre os quais podemos citar a época do extrativismo da castanha do Pará, da guerrilha do Araguaia, do garimpo de ouro na “serra pelada”, da ocupação de fazendas e áreas de terras devolutas, da violência no campo e da perseguição e morte de lideranças dos movimentos sociais e ambientalistas.
Por se tratar de uma região de fronteira agrícola recente, com aproximadamente 50 anos de exploração e por estar encravada em uma região com várias formas de acesso e vários atrativos à instalação e reprodução do capital, o território do sudeste paraense enfrenta atualmente uma série de processos e projetos desenvolvimentistas que o rotulam como área de constantes conflitos agrários, ambientais e econômicos de grande repercussão.
Permeado de contrastes sociais, políticos e econômicos, a região é marcada por um grande numero de Projetos de Assentamento (PAs) da Reforma Agrária que predominantemente é populada por agricultores familiares e suas organizações representativas que vão de igrejas e comunidades eclesiais, associações e cooperativas de produção e beneficiamento da produção agropecuária dessas unidades familiares.
Com a criação dos PAs, o avanço da infraestrutura social (estradas, escolas, energia elétrica), assistência técnica e extensão rural, e principalmente o crédito produtivo (PRONAF) o processo de pecuarização nessas áreas se intensificou e acabou por demonstrar a instabilidade e inviabilidade da pecuária como única ou uma das poucas formas de geração de renda na unidade familiar de produção.
Preocupados com essa constatação uma federação de cooperativas apresentou uma proposta de geração de