JUVENTUDE E SUCESSÃO RURAL Discutir sucessão rural, passa por definirmos: que modelo de desenvolvimento queremos para nosso país. Nesse sentido, o Movimento Sindical de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (MSTTR), vem afirmando o Projeto Alternativo de Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário (PADRSS), que se apresenta como importante marco político e organizativo dos/as trabalhadores/as do campo. O PADRSS defende um meio rural com gente e com qualidade de vida, que só é possível a partir da valorização das populações do campo e da floresta, da garantia de direitos sociais, da soberania e segurança alimentar, da desconcentração de terras, poder e renda, da sustentabilidade ambiental, econômica e social. Num breve retrato do meio rural brasileiro, podemos perceber que a partir da década de 1970, a população urbana superou em quantidade a população rural. Diante da contínua migração dos/as trabalhadores/as do campo para a cidade, muitas teorias sobre o fim da agricultura familiar, foram defendidas. Mesmo diante deste cenário, a agricultura familiar vem mostrando sua viabilidade. Segundo dados do Censo Agropecuário de 2006, vem da agricultura familiar a maior parte dos alimentos que chegam as mesas dos brasileiros/as, sem contar, que a agricultura familiar ocupa quase três vezes mais mão-de-obra do que o agronegócio, o que demonstra sua capacidade de promover segurança e soberania alimentar, bem como a geração de renda, sem agressões ao meio ambiente. Mas, se a agricultura familiar é uma importante via para o desenvolvimento do país, porque tantas pessoas (em especial a juventude, sendo em maior número as jovens mulheres) continuam saindo das comunidades rurais para as cidades? A grande justificativa para esta migração, está na ausência de políticas públicas, voltadas para o conjunto da classe trabalhadora rural, que tem restrito acesso a terra, aos direitos sociais (como educação, saúde, esporte, habitação) e a oportunidades de comercialização e