8 Conferencia Nacional da Saúde e o SUS
Em 1985, ocorre o fim da ditadura com a eleição de Tancredo Neves, que é substituído por José Sarney após sua morte. Esse governo, conhecido como “Nova República”, foi marcado por uma nova fase de redemocratização do país. Uma das medidas de maior destaque foi o Plano Cruzado, que conteve preços e aumentou o poder aquisitivo da população, com o objetivo de dar estabilidade e crescimento econômico para ao país, que vivia um contexto de hiperinflação. José Sarney abriu a 8ª Conferência Nacional da Saúde como a primeira Conferência aberta a sociedade, de forma que a população pôde efetivamente participar das discussões. Além disso, essa Conferência foi de extrema importância para a propagação do movimento da Reforma Sanitária, sendo um marco essencial para a construção de estratégias de democratização da Saúde. Já havia um movimento sanitário estruturado, com anos de luta e propostas articuladas pela mudança do modelo vigente até então, de caráter médico-assistencial. Além disso, já havia grande presença política em cargos governamentais tais como, o Ministério da Saúde e da previdência social. Por isso, esta conferência contou com a participação de mais de 4.000 pessoas, desde agentes sociais e políticos da sociedade civil organizada. Nesta Conferência ficou evidente a necessidade de uma reformulação profunda no setor, devendo ser ampliado o conceito de saúde e sua correspondente ação institucional, tendo sido mantida a proposta do fortalecimento e da expansão do setor público. Tendo como tema central “Saúde e Constituinte”, a 8ª CNS concretizou o discurso de que a organização social é quem deve determinar a saúde. Assim, finalmente a sociedade interfere como agente de mudança do sistema de saúde, clamando por uma reforma sanitária e assumindo um papel protagonista. Também foi central a concepção de que a política de reforma do sistema de saúde deveria ser descentralizada. As discussões da 8ª CNS