Justiça
O documentário “Justiça”, de Maria Augusta Ramos, mostra o cotidiano dos funcionários do judiciário, mais precisamente do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, que são os promotores, juízes e defensores públicos, e dos réus e seus familiares, demonstrando o procedimento burocrático desse dia-a-dia e a situação precária do sistema carcerário brasileiro, “espaço” este que poucos brasileiros tem ideia de como realmente seja, Com o destaque a defensora pública e o seus réus (Carlos Eduardo, Alam, entre outros), o documentário retrata não apenas esse espaço restrito, que é o objetivo do documentário, mas também a situação da sociedade brasileira, principalmente das grandes metrópoles, como o Rio de Janeiro, com o seu cotidiano de terror representado no filme, o furto, tráfico de droga, e nas ruas o trabalho infantil (as crianças trabalhando no semáforo )
Em uma parte do documentário, a defensora profere uma frase que demonstra uma grande parte da realidade do crime no Brasil: ”quem tá preso é só pé de chinelo, ladrão de galinha”. Isso demonstra apenas o fato de maior parte dos criminosos serem pobres, de baixa renda, e na maioria moradores de favelas, mas também o “ceticismo” dos próprios funcionários do judiciário.
A própria defensora publica mostra uma desilusão com seu trabalho, pois ela ressalta que “trabalha, trabalha e não vê resultado”, alem disso, há um grande paradoxo, pois enquanto há norma para suspensão do processo, para penas alternativas, os presídios e delegacias estão superlotadas. Não se sabe o que é pior, se é ver um criminoso livre ou as condições tenebrosas dos presídios.
As autoridades tais como os promotores, juízes e entre outros, são pessoas comuns como todos perante a sociedade, vivem no mesmo mundo, porém em realidades diferentes, e por esse motivo para eles o que importa é “prender”, sendo que não veem a verdadeira realidade de um presídio que além de superlotadas, no documentário também nos mostra