justiça
O livro “Justiça, o que é fazer a coisa certa”, de Michael Sandel, explora grandes questões da filosofia política e propõe uma ampla reflexão moral que invade o campo da Política, fazendo-nos raciocinar de modo crítico sobre importantes assuntos da vida coletiva. Trata-se de uma análise filosófica sobre as idéias centrais que movem a vida cívica: justiça e direitos, honra e virtude, moral e lei, na qual Sandel propõe um exercício ao senso crítico do leitor com instigações pungentes capazes de nos levar a questionar o que é a justiça a partir de diálogos filosóficos e morais baseados no pensamento de grandes mestres da filosofia e da política e ilustrados com exemplos da vida cotidiano. Sandel apresenta refinados processos de raciocínio moral, sendo um dos questionamentos centrais do livro a busca por saber se uma sociedade justa procura promover a virtude dos seus cidadãos. Assim, para Sandel, é preciso perguntar como uma sociedade justa distribui as coisas que valoriza, e se distribui corretamente dando a cada um o que é seu. Desse modo, o autor coloca três caminhos distintos, que irão refletir o raciocínio filosófico de pensadores específicos, para identificar a distribuição de bens e a justiça na sociedade. A primeira delas se relaciona com a perspectiva do utilitarismo , realçando o bem estar como prioridade; a segunda está liga ao liberalismo e coloca a liberdade no centro da discussão; e a terceira está focada na noção de virtude e finalidade da ação política
. A primeira grande linha teórica relevante discutida no livro é o utilitarismo , representado por Jeremy Bentham e John Stuart Mill. Para o primeiro pensador, o mais elevado objetivo da moral é maximizar a felicidade, assegurando a hegemonia do prazer sobre a dor, sendo que todo argumento moral deve inspirar-se na busca pela maximização da felicidade. Sandel coloca varias objeções a este posicionamento filosófico, ressaltando que a dignidade humana transcende a noção de utilidade e