Justifica-se a eutanásia?

Justifica-se a eutanásia? Nesta pequena composição filosófica irei discutir a possibilidade da eutanásia em pessoas com graves deficiências que não lhes permitam viver com um mínimo de conforto (pessoas totalmente dependentes de outrem para funções elementares, com grandes dores, com perspectivas de uma morte dolorosa, etc.) e em pessoas cuja vida é mantida apenas por processos artificias. Eu sinto que esta é uma questão pertinente porque, como qualquer pessoa sabe, com o decorrer dos tempos a esperança média de vida de pessoas com problemas semelhantes aos anteriormente mostrados tem vindo aumentar. Este aumento, em consequência pode resultar num maior período de tempo que alguém terá de viver uma vida de sofrimento, que já não deseja. Ao longo desta exposição irei defender a proposição “A vida é um direito, mas não um dever”, sendo que uma pessoa deve poder viver enquanto gostar de viver, mas não deve ser obrigada a viver quando já não puder desfrutá-la. Neste sentido, pessoas com graves debilidades físicas (tetraplégicas) ou ligadas permanentemente a equipamentos fixos devem ter a possibilidade de realizar aquilo que de outra maneira não podem, ou seja, o suicídio assistido (eutanásia). Irei começar com o fator da dignidade humana. Uma pessoa que exige cuidados permanentes, que necessite de ajuda para a mais pequena das tarefas vai progressivamente perdendo alguma da sua dignidade e quando esta é perdida será muito difícil recuperá-la. Para algumas destas pessoas a única forma possível de manter alguma da sua dignidade é terminarem com as suas vidas, deixando assim de serem um “fardo” para as outras pessoas e podendo terminar com o seu sofrimento. Imaginaremos agora que uma pessoa, num dado hospital, se encontra num estado de coma vegetativo persistente (em que não existem funções cognitivas) e que a única forma de se manter as suas funções respiratórias e circulatórias (o que alguns chamam de vida) é através de máquinas. Não será melhor “desligarem