politica
A doença renal crônica (DRC) é uma síndrome clínica caracterizada pela perda progressiva e geralmente irreversível das funções renais (RIBEIRO et al., 2008), que causa diversos efeitos nos sistemas cardiovascular, nervoso, respiratório, músculo-esquelético, imunológico e endócrino-metabólico (KOVELIS et al., 2008).
A prevalência de DRC vem aumentando mundialmente, com um incremento anual de 7% a 10%, que é maior do que o crescimento populacional geral. Estimativas da Sociedade Brasileira de Nefrologia indicam que no Brasil há 91.314 pacientes em hemodiálise, com um aumento de 114,4% no número de casos de 2000 a 2011. Os fatores apontados para este crescimento tem sido a incidência igualmente crescente de casos de diabetes mellitus e hipertensão arterial, assim como o aumento na expectativa de vida da população (ZAMBONATO et al. ,2008; BASTOS et al., 2010; CAVALCANTE et al.,2013).
Quando os rins não conseguem mais remover adequadamente os produtos da degradação metabólica, a terapia renal substitutiva (TRS) deve ser iniciada (OLIVEIRA et al., 2012). A hemodiálise (HD) é o tratamento dialítico mais utilizado na TRS (DUARTE et al., 2011), e que consiste em um processo de filtração do sangue que remove o excesso de líquidos e metabólitos e também aminoácidos, peptídeos e vitaminas hidrossolúveis (MARTONE et al., 2012).
Doenças cardiovasculares são as maiores causas de mortalidade em pacientes com DRC, atingindo um índice anual cerca de 10 a 20 vezes maior se comparado à população geral. A aterosclerose é uma condição presente na maioria destes pacientes, muitas vezes associada à própria gênese da doença renal, como hipertensão e diabetes. O papel dos lipídios na causa de aterosclerose em doentes renais crônicos tem sido demonstrado por vários estudos onde o aumento do colesterol total e do LDL, associado à diminuição do HDL e outras alterações lipídicas, tem se constituído em importantes fatores de risco de doença coronariana e morte. (MATHUR