João Guimarães Rosa
Esse trecho de Grande sertão: veredas, um pseudo segredo de brokeback mountain, fala tanto do amor de Riobaldo por Diadorim. Fala assazmente muito do medo de Riobaldo e do que se passa na alma de Diadorim. Tanto sobre o sertão e a metáfora dos olhos verdes, o céu e o inferno de Riobaldo. Tanto de um sentimento rastreado apenas pelo cinzel de Heidegger, pelo agir da linguagem, pela essência dela, desdobrada em sua magnitude de arte, ali, Riobaldo pensador, filósofo do sertão no porvir do sentimento amoroso. Filosofia e amor são duas coisas que procuram cavar a verdade do ser no ser, através do tempo. “Eu quase que nada não sei. Mas desconfio de muita coisa.”
Introdução
João Guimarães Rosa (Cordisburgo, 27 de junho de 1908 — Rio de Janeiro, 19 de novembro de 1967), foi um dos mais importantes escritores brasileiros de todos os tempos. Foi também médico e diplomata.
Os contos e romances escritos por Guimarães Rosa ambientam-se quase todos no chamado sertão brasileiro. A sua obra destaca-se, sobre tudo, pelas inovações de linguagem, sendo marcada pela influência de falares populares e regionais que, somados à erudição do autor, permitiu a criação de inúmeros vocábulos a partir de arcaísmos e palavras populares, invenções e intervenções semânticas e sintáticas.
Biografia
Foi o primeiro dos seis filhos de Florduardo Pinto Rosa ("Flor") e de Francisca Guimarães Rosa ("Chiquitita"). Começou ainda criança a estudar diversos idiomas, iniciando pelo francês quando ainda não tinha 7 anos, como se pode verificar neste trecho de entrevista concedido a uma prima, anos mais tarde:
“
Eu falo: português, alemão, francês, inglês, espanhol, italiano, esperanto, um pouco de russo; leio: sueco, holandês, latim e grego (mas com o dicionário agarrado); entendo alguns dialetos alemães; estudei a gramática: do húngaro, do árabe, do sânscrito, do lituano, do polonês, do tupi, do hebraico, do japonês, do checo, do finlandês, do dinamarquês;