Jornalismo
Rita Correia∗
Índice
1 Para as audiências 2 Para os líderes de opinião 3 Para os outros jornalistas 4 Para os outros jornais 5 Para os patrões 6 Para o meio de comunicação 7 Para as fontes 8 Para os potenciais anunciantes 9 Para si próprios 10 Para os cidadãos 11 Conclusão 12 Bibliografia 1 2 2 3 4 4 5 6 6 7 7 8
“O jornalista deve relatar os factos com rigor e exactidão e interpretá-los com honestidade. Os factos devem ser comprovados, ouvindo as partes com interesses atendíveis no caso. A distinção entre notícia e opinião deve ficar bem clara aos olhos do público.”1 Mas, quem é este “público”? Afinal, para quem escrevem os jornalistas?
1
Para as audiências
A teoria dos media convencional, como refere Fred Inglis (Inglis, 1993: 179), deMestranda em Comunicação, Cultura e Tecnologias de Informação no ISCTE. 1 Código Deontológico do Jornalista, 1993
∗
fine público como audiência. No entanto, e apesar dos dois conceitos serem compostos, muito frequentemente, pelos mesmos indivíduos, existe uma diferença de “ponto de vista e de perspectiva de avaliação” (Rieffel, 2003: 165) entre eles – enquanto os estudos da audiência são mais quantitativos, os estudos sobre o público são mais qualitativos e relacionados com as condições efectivas da recepção da informação. Mas abordemos aqui a questão, quantitativa, das audiências. Como referem Kovach e Rosenstiel (Kovach, 2004: 64), “quando a responsabilidade financeira entrou na redacção, trouxe consigo a linguagem comercial”, os leitores e espectadores passaram a ser vistos como clientes e, consequentemente, as notícias passaram a serviço ao cliente. Ora, sendo o cliente “aquele que compra bens ou serviços”, e os meios de comunicação produtos de consumo, importa vender cada vez mais, pelo que este aspecto não pode ser descurado na altura da elaboração da notícia. Aqui surge, como refere Mar de Fontcuberta (Fontcuberta, 2002: 35), uma nítida contradição: se, por um lado, existe uma exigência