Jornalismo gastronômico: história
A grande variedade de sabores vindo da América recém descoberta modificou essencialmente a gastronomia. Entre os séculos XV e XIX ocorreu um grande número de publicações sobre a arte da culinária, aumentando o índice de intelectuais em gastronomia, o que gerou grandes discussões sobre maneiras e regras da cozinha.
Sob Luís XIII (1610-1643), tentou-se harmonizar os menus e estabelecerordem na apresentação dos pratos, evitando-se as extravagâncias do século precedente. A partir de então a culinária é vista principalmente como fonte de prazer. (FRANCO, 2004:167)
A história dos apreciadores da boa mesa atravessa o século XIX dum modo tenaz e provocatório: invade a sociedade francesa de comentários e de anedotas, excita a sua gula ou mantém-na em suspenso.
A adoção dos restaurantes como local habitual para se fazer as refeições era vantajosa por muitos motivos: a pessoa poderia comer na hora que quisesse; com o preço de cada prato no cardápio, tinha certeza de não gastar mais do que desejava; a diversidade de estabelecimentos possibilitava escolher entre uma refeição com pratos leves ou clássicos locais ou estrangeiros.Todas essas possibilidades se somavam à de combinar os pratos com os melhores vinhos. Enfim, um paraíso para gourmets, fossem eles locais ou viajantes. (SAVARIN, 1995: 281)
Alguns escritores, precursores dos atuais críticos gastronômicos, ficaram famosos escrevendo livros de culinária, sendo o de Brillat-Savarin o mais famoso. Seu livro La Physiologie du Goüt comprovou o fim da superioridade da nobreza e início da democratização da culinária moderna.
O trabalho desses escritores vinha satisfazer a demanda criada pelos novos ricos da revolução, desejosos de conhecer as regras da gastronomia e da haute cuisine. Com o grande número de restaurantes que surgiram no período, nasce também o primeiro guia gastronômico, o Almanach des Gourmands, de Alexandre Balthasar Laurent Grimod de la Reynière, publicado entre 1803 e 1810. Em suas