JORGE AMADO
Se desde o primeiro momento a prosa de Jorge Amado é recheada de tipos característicos que representam a gente da sua terra, a partir de Gabriela o autor reforça ainda mais uma perspectiva popular e não tem medo de abusar da linguagem simples e do tom coloquial na construção de sua narrativa, fato que lhe proporciona cair nas graças do grande público.
Gabriela é sucesso por onde passa
Desde o seu lançamento, em 1958, Gabriela alcançou notoriedade, ganhou inúmeras traduções mundo afora e teve seu enredo adaptado para novelas, minissérie e filme, que sempre repetiram o sucesso do romance.
Trata-se de uma história de amor entre Gabriela, a morena feita de cravo e canela, que conquista o amor do árabe Nacib e desafia os costumes de sua época. O romance é ambientado na Ilhéus dos anos 1920, uma cidade do interior baiano que passa por súbitas transformações graças à riqueza que a cultura do cacau está trazendo para a região.
Tudo começa quando a cidade está em ebulição com a notícia de um duplo assassinato. O fazendeiro Jesuíno Mendonça, que não era homem de aceitar mansamente que lhe colocassem cornos, matou a tiros sua esposa e o cirurgião-dentista, moço elegante recém-chegado a Ilhéus e pelo visto afeito a conquistas perigosas.
Mesmo envolvido pela comoção dessa notícia de honra e sangue, o árabe Nacib tem que se confrontar com uma brusca mudança, essa sim capaz de afetar seus interesses. Filomena, a cozinheira do seu bar,