John Locke e o Liberalismo
Introdução
“O século XVII foi marcado pelo antagonismo entre a Coroa e o Parlamento, controlados, respectivamente, pela dinastia Stuart, defensora do absolutismo, e a burguesia ascendente, partidária do liberalismo.” (p.81)
O confronto entre o rei Carlos I e o Parlamento, em 1640, envolveu a Inglaterra numa guerra civil sangrenta que só teve seu fim nove anos depois, com a vitória dos parlamentares. Após a Guerra Civil, instaurou-se no país a férrea ditadura Cromwell. Com a morte do Lorde Protetor, a monarquia foi restaurada, a fim de evitar outra guerra civil, e novamente os Stuart detiveram o trono inglês. A Restauração foi marcada pela reativação do conflito coroa X parlamento. Em 1680, o parlamento foi dividido em Tories e Whigs, partidos que representavam respectivamente os conservadores e os liberais. Foi no reinado de Jaime II que a crise da Restauração teve seu auge. Os abusos reais levaram os Tories e Whigs a se unirem a Guilherme Orange, que acabou recebendo a coroa em 1688.
“A Revolução Gloriosa assinalou o triunfo do liberalismo político sobre o absolutismo e, com a aprovação do Bill of Rights em 1689, assegurou a supremacia legal do Parlamento sobre a realeza e instituiu na Inglaterra uma monarquia limitada.” (p.82)
A vida de John Locke
Locke nasceu em 1632 em uma família burguesa da cidade de Bristol. Em 1652 foi estudar medicina na universidade de Oxford, tornando-se professor da mesma . Quatorze anos depois, foi requisitado como médico e conselheiro de lorde Shaftesbury, um político liberal de grande destaque e líder dos Whigs e opositor a Carlos II, além de mentor político de Locke. Em 1681, Shaftesbury foi obrigado a exilar-se na Holanda, acusado de conspiração contra Carlos II. Assim como seu mentor, Locke também foi obrigado a exilar-se, retornando apenas com a queda de Jaime II.
“Além de defensor da liberdade e da tolerância religiosas [sic], Locke é considerado fundador do empirismo,