O pensamento político de John Locke e o surgimento do liberalismo.
Latinoamericano de Ciencias Sociales; DCP-FFLCH, Departamento de Ciencias Politicas, Faculdade de
Filosofia Letras e Ciencias Humanas, USP, Universidade de Sao Paulo. 2006. ISBN: 978-987-1183-47-0
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Tomás Várnagy*
O pensamento político de
John Locke e o surgimento do liberalismo
“John Locke, a glória da nação inglesa”
Joseph Addison
I. INTRODUÇÃO
Quando um sacerdote argentino afirmou publicamente, numa missa celebrada em outubro de 1987, que “o presidente deve ser respeitado porque toda autoridade vem de Deus e não do povo, como dizem alguns”1, é evidente que não compartilhava das idéias de Locke, do liberalismo e da democracia contemporânea. John Locke foi um filósofo inglês que se destacou em muitos campos, especialmente na epistemolo-
* Professor de Filosofia da Universidade de Buenos Aires (UBA). Diploma Superior em Ciências Sociais da Faculdade Latino-americana de Ciências Sociais (FLACSO) e Mestre em
Sociologia pela Universidade de Lomas de Zamora (UNLZ). Professor Adjunto de Teoria
Política e Social I e II, Carreira de Ciência Política, Faculdade de Ciências Sociais, UBA.
1 Trata-se do presbítero Manuel Beltrán, durante uma missa mensal organizada por familiares e amigos de mortos pela subversão (FAMUS). Este exortou, também, o presidente a conduzir os interesses do país “com mão firme” para “nos defender dos marxistas e dos judeus que estão dentro do Governo e da Universidade”. Em “Críticas em missa de FAMUS”, diário Clarín (Buenos Aires), 4