Joel
Sabe-se pouco sobre a vida pessoal de Joel além do nome de seu pai, Petuel. Não é mencionado como profeta em nenhum outro livro do AT, embora seja citado como um pregador vigoroso e atrevido. Seu interesse por Jerusalém e pelas cerimônias do templo
(1:9; 1:13ss; 2:14-17,32) nos levam à conclusão de que ele era um profeta do templo, ou ao menos valorizava bastante seus rituais.
A visão de Joel sobre a praga de gafanhotos é uma das mais conhecidas profecias bíblicas, gerando um amplo leque de interpretações, muitas vezes equivocadas. Sua mensagem sobre o derramamento do Espírito sobre todos os povos foi o fundamento da mensagem de Pedro no dia de Pentecostes, alavancando o nascimento da Igreja Cristã.
Uma dos maiores problemas com o livro de Joel é situá-lo historicamente, pois não há dados claros na redação do texto que nos forneçam uma pista para sua datação. Houve propostas para datá-lo tanto no século IX a.C. como no século II a.C. Embora a mensagem do livro não sofra nenhuma alteração em virtude do desconhecimento de sua produção, quando a data de composição é conhecida, alguns detalhes de seus oráculos são elucidados. Com base nas evidências internas do texto do livro é possível chegar a algumas conclusões em favor de uma data imediatamente posterior ao exílio, isto é, as datas muito distantes do período exílico ficam descartadas neste estudo.
Basicamente essa posição é sustentada pelos seguintes argumentos:
a falta da menção de um rei, e seu endereçamento aos anciãos; o uso intenso da expressão "Dia do Senhor", caracteristicamente a destruição de Judá e a sociedade destruída apontam para um exílio recente citação das atividades no templo, reconstruído em 515 a.C. a falta de menção à Assíria ou Babilônia sugerem que estas nações já não estavam atuando mais na política internacional do Oriente Médio, como aconteceu no pós-exílio.
Joel é um profeta clássico, isto é, deixou