Joan Miro
Em 1928 Joan Miró viajou para Holanda com o intuito de visitar alguns museus. Ele era fascinado pela arte holandesa do século XVII, cheias de minúcias e detalhes.
De volta a Paris Miró levou consigo alguns postais da arte holandesa que ele tanto admirava. Propôs-se então a fazer alguns trabalhos tendo como fonte de recursos as pinturas que mais marcaram seu olhar.
Hendrick Sorgh e Jan Steen dois mestres da pintura holandesa daquele período inspiraram Miró a criar uma série de três pinturas chamadas por ele de Interiores Holandeses.
Elas representam alguns dos mais importantes trabalhos de Miró de sua fase surrealista.
Dedicou-se arduamente a investigar e recriar a seu modo as obras holandesas através de desenhos e esboços a lápis.
Miró deu sua contribuição a uma longa tradição de cópias criativas, nas quais os artistas reinterpretam obras importantes de seus predecessores, usando-as como fonte de inspiração para a criação de novas obras de arte. Coisas de mestres!
A exposição traz um intrigante e surpreendente encontro entre a era de Ouro Holandesa (Dutch Gold Age) e os movimentos de vanguarda do século XX.
Jan Steen foi um dos mestres da Dutch Golden Age, e no final dos anos vinte gozava de grande fama. Miró naquele tempo era considerado um dos grandes expoentes do surrealismo e da pintura e se tornou um dos mais influentes e importantes artistas de sua geração.
Nos Interiores Holandeses as cenas originais (das obras holandesas) passam por uma metamorfose completa. Através da imaginação criadora de Miró elas são decodificadas a trazidas ao mundo mágico e surreal do mestre catalão.