Janelas da alma
Universos imaginários e simbólicos são investigados a partir da cultura midiática e imagética. Muitos pesquisadores encontraram na fotografia, no cinema e no vídeo instrumentos de pesquisa interessantes e produtivos no trabalho de campo e na construção da descrição de seus objetos de estudos.
O documentário Janela da Alma, de João Jardim e Walter Carvalho, é um documentário relata um tema abstrato, a visão. Começamos perceber a grandeza do documentário já no titulo quando os diretores fazem uma alusão à frase de Leonardo da Vinci: o olho é a janela da alma, o espelho do mundo. Através de várias entrevistas pessoas recorreram à filosofia, à medicina, à biologia, à música e à literatura para investigar o que é a visão.
Os entrevistados com problemas que vão da miopia à cegueira e discorrem sobre ver e ao ver de uma maneira única. Entre eles estão o escritor José Saramago, a atriz a cineasta Agnès Varda, o neurologista inglês Oliver Sacks. Ao longo da exibição, as imagens as imagens são focadas, desfocadas e refocadas, com o intuito de atrair a percepção do espectador.
Conseguimos também perceber como a abstração entra é confronto com visões concretas. A abstração também é confrontada com visões bem concretas. Por exemplo, o fotografo esloveno Eugen Bavcar, deficiente visual, mostra como tira ótimas fotografias. Já o vereador cego Arnaldo Godoy, de Belo Horizonte, conta com ótimo humor como é a vida sem enxergar nada.
João Jardim e Walter Carvalho tornam o filme cada vez mais denso, cada vez mais claro e opaco. A tese central, a de que a visão é construção cultural, e não um dado da