Irmãos dagobé.
(João Guimarães Rosa) Dentre os vinte e um textos de Primeiras Estórias que Guimarães Rosa publica em 1962, quinze dizem respeito ao "sertão" como realidade sócio-cultural de pequenos vilarejos do int erior do Brasil central. Dois desses textos em particular, Os irmãos Dagobé e Fatalidade, dialoga m na coletânea: superficialmente, como encenações de um faroeste do tipo daquele que o cinem a americano dos anos cinqüenta e sessenta popularizou, em profundidade, no tratamento da questão da liberdade do homem em relação ao "destino" ou às forças de todo o tipo que operam no meio em que lhe coube viver.
Os irmãos Dagobé Liojorge, o homem bom, está cheio de arrependimento por ter assassinado o homem cruel chamado Damastor Dagobé. Assim, pede e obtém consentimento para ir ao velório. Todos ficam apreensivos por sua vida, pois os irmãos de Dagobé estarão presentes. Liojorge ajuda a levar o caixão. Doricão, Dismundo e Derval acabam percebendo a ruindade do irmão morto. Deixam a vila para tentar a sorte em outro lugar.
O conto Os irmãos Dagobé, possui um enredo interessante e atrativo, prendendo a atenção do leitor, uma vez que, a maior parte do conto é constituída pelo clímax, ou seja, momentos de tensão onde o leitor se prende pelo suspense e expectativa. O conto se passa em dois dias, indeterminados e em um espaço restrito, que se estende da casa dos Dagobé ao cemitério, espaço este com características sertanejas, com pessoas simples e cenário pobre. No texto temos uma linguagem tipicamente sertaneja, onde encontramos um mistura de linguagem arcaica com uma linguagem mais atual (neologismos - a criação de novos vocábulos).
Encontramos no conto personagens essenciais, como Liojorge, os irmãos Dagobé, e as pessoas presentes no velório, onde os personagens principais são muito bem caracterizados como:
- Liojorge: simples, honesto e honrado lavrador.
- Damastor Dagobé e seus três irmãos: gente que não presta, "viviam em estreita