Introdução a "Lógica da Investigação Científica" de Karl Popper
O fato de que o sol nasceu todos os dias desde que a humanidade surgiu implicaria em ele surgir novamente ao amanhecer para sempre? Até o início do século XX a grande parte dos cientistas da época seguiam uma linha de pensamento que se levada a risco diria que a resposta é sim, a probabilidade do sol estar aqui de amanhã em diante é de cem porcento. Para fazer uma afirmação deste tipo, um indivíduo consideraria apenas a experiência sensível para construir o conhecimento sobre este fenômeno natural, e chamamos esta forma de se chegar à conclusões de indução. Uma escola filosófica que foi muito marcada pelo uso do método indutivo foi a escola Positivista, para o qual o mundo concreto era o único capaz de oferecer explicações de cunho científico e assuntos relacionados à metafísica seriam descartáveis. Tal corrente foi muito influente na época citada, entre a metade do século XIX e o início do século XX.
Utilizar a indução significa valorizar os resultados experimentais para embasar enunciados, e apesar disso não parecer algo tão absurdo, pode levar a conclusões que não fazem sentido lógicamente, como o exemplo do sol mencionado anteriormente. Karl Popper foi um pensador decidido a desenvolver um método que acabasse com estas pontas soltas, um método que justificaria uma afirmação, ou enunciado, ser considerado universal através da lógica formal e não apenas por meio de observações individuais. Este método é abordado no seu livro “A Lógica da Pesquisa Científica”, e neste trabalho será apresentado uma introdução deste livro, particularmente uma abordagem do primeiro capítulo.
Para conseguir suportar a necessidade de um novo método, primeiramente é necessário encontrar o problema com o método antigo. Já foi visto que é possível chegar em resultados absurdos utilizando o método indutivo (por mais que o exemplo dado seja um exagero, nada impede que numa outra situação o absurdo seja menos evidente), mas porque