Introdução a educação
Coordenação: Prof. Dr. Go Tani
INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO Física ESCOLAR
1. Considerações iniciais
O reconhecimento de que a Educação Física brasileira mudou muito nestas últimas duas décadas tem se tornado praticamente um consenso e, no contexto dessas mudanças, uma maior preocupação com a Educação Física Escolar (EFE) tem sido apontada como um dos aspectos mais marcantes (Tani, 1996, 1998a, 1998b).
De fato, a EFE foi colocada na ordem do dia das discussões de várias formas. Por exemplo, uma quantidade substancial de eventos científicos e pedagógicos foi promovida para discuti-Ia, resultando num volume considerável de material escrito em anais e periódicos. Com a reestruturação dos cursos de preparação profissional, mediante a implantação do bacharelado, foi inevitável refletir sobre a licenciatura, possibilitando maiores discussões sobre a EFE. Mais recentemente, a elaboração da nova LDB implicou também novas reflexões a respeito.
Todavia, o resultado mais expressivo desse período de maior atenção à EFE seja, provavelmente, a proposição de uma variedade de abordagens para o seu desenvolvimento, em forma de livros. A proposição de abordagens como a humanista (Oliveira, 1980), a psicomotricista (Negrine, 1983), a desenvolvimentista (Tani, Manoel, Kokubun & Proença, 1988), a construtivista (Freire, 1989), a fenomenológica (Moreira, 1991), a sociológica (Betti, 1991), a histórico-crítica (Soares, Taffarel, Varjal, Castellani Filho, Escobar & Bracht, 1992) e a antropológica (Daólio, 1995), somente para citar algumas das mais conhecidas, provocou intensos debates acadêmicos, além de sua disseminação por meio de cursos de aperfeiçoamento profissional em vários pontos do país.
Outros livros importantes foram publicados nesse período que direta ou indiretamente contribuíram para a discussão da EFE. Novamente incorrendo no risco de ser traído pela memória e cometer injustiças, as obras de Castellani Filho (1988), Faria Júnior