Introdução aos estudos geográficos
Ao longo da história os grupos humanos gradativamente foram transformando a natureza com o objetivo de garantir sua subsistência. Com isso, o espaço geográfico foi ficando cada vez mais artificializado. Pela ação do trabalho, novas técnicas foram desenvolvidas e incorporadas ao meio geográfico. De um meio natural o homem avançou para um meio cada vez mais técnico: expandiram-se as áreas agrícolas, desenvolveram-se as cidades e as indústrias, construíram-se estradas, portos, hidrelétricas etc.
Poucas áreas da superfície terrestre ainda não sofreram transformações. E mesmo aquelas intocadas, como muitas no interior da Floresta Amazônica ou do continente Antártico, o território está delimitado e sob controle político – sujeito a soberania nacional ou a acordos internacionais. Sobre esses territórios atuam interesses de diferentes grupos, que buscam sua preservação ou que desejam explorá-los de forma predatória. Assim, podemos dizer que mesmo em um meio natural, aparentemente intocado, existem relações políticas, econômicas, culturais e ambientais que nem sempre são visíveis na paisagem.
A paisagem é somente a aparência da realidade, aquilo que nossa percepção, especialmente a visual, capta. Embora as paisagens materializem relações sociais, econômicas e políticas travadas entre os homens, essas relações não são facilmente percebidas. Podemos dizer que o espaço geográfico é formado pela associação entre a sociedade e a paisagem. A paisagem é composta de objetos artificiais ou culturais (construídos pelo trabalho humano e de objetos naturais.
Para compreender o espaço geográfico, portanto, precisamos entender as relações sociais e as marcas deixadas pelos grupos humanos na paisagem no decorrer da história. Na verdade, precisamos entender as relações próprias da natureza, as relações próprias da sociedade e, de forma integrada, as relações entre a sociedade e a natureza. É isso que a geografia enquanto ciência se dedica hoje e é