Intervenções realizadas por acompanhantes terapêuticos e a promoção de autonomia.
Intervenções realizadas por acompanhantes terapêuticos e a promoção de autonomia.
2.2 Problemática e justificativa
O acompanhamento terapêutico é um trabalho que teve seu início na Argentina em 1960, surgiu de uma “necessidade clínica para pacientes cujas terapêuticas clássicas fracassavam” (LONDERO & PACHECO, 2006). O acompanhante terapêutico então era chamado auxiliar psiquiátrico e atuava dentro da instituição sob orientação médica. Em geral, esta função era exercida por auxiliares de enfermagem que participavam do cotidiano hospitalar da pessoa internada (LONDERO & PACHECO, 2006). De acordo com Guerra e Milagres (2005), este trabalho era executado sem a referência de um saber científico ou teórico. Quando saiu do espaço institucional, o “auxiliar psiquiátrico” recebeu o nome de “amigo qualificado”, passando a acompanhar a pessoa com sofrimento psíquico na rua, ou seja, no seu meio social, sua comunidade, local em que estivesse inserida a dificuldade do acompanhado. No entanto, como o termo “amigo qualificado” enfatizava o aspecto amistoso do vínculo e pelo fato do profissional possuir uma intervenção terapêutica, passou a receber o nome de acompanhante terapêutico (PITIÁ & SANTOS, 2005c; CARVALHO, 2004a). O acompanhamento terapêutico, também denominado clínica da cidade, possui como finalidade a superação das dificuldades da pessoa acompanhada no que se refere ao ambiente social. Ou seja, o acompanhamento terapêutico é um dispositivo clínico cujo objetivo é auxiliar a pessoa acompanhada a superar os obstáculos que impedem ou dificultam o estabelecimento de laços sociais, possibilitando que o acompanhado consiga desenvolver suas atividades cotidianas (PITIÁ & SANTOS, 2005a). As pessoas acompanhadas por esta clínica geralmente possuem transtornos mentais, deficiências mentais ou estão vivenciando alguma crise que atrapalhe o desenvolvimento de sua rotina (PITIÁ & SANTOS, 2005a). Deste modo, pode-se afirmar que o