Interpretação
Devido à grande complexidade do fenômeno da inteligência, não é de se estranhar que a psicologia tenha abordado esse estudo a partir de muitos ângulos e modelos diferentes (Andrés-Pueyo, 2006). São inúmeros os trabalhos e pesquisas que envolvem o conceito de inteligência e que possuem também um vasto campo de significados (Lemos, 2006; Primi, 2006).
As primeiras conceituações de inteligência surgiram no final do século XIX e foram marcadas por grandes nomes como o psicólogo inglês Francis Galton, Alfred Binet e o psicólogo britânico Charles Spearman, que em 1904 demonstrou ser possível o auxílio da Estatística para a compreensão dos processos cognitivos, mais especificamente, pela análise fatorial, propondo assim um fator geral (Fator G) para explicar o seu funcionamento (Pasquali, 2003). Assim, na primeira metade do século passado, Spearman apresentou a Teoria dos Dois Fatores da Inteligência, também conhecida como Bi-Fatorial, que postulava que o desempenho em qualquer medida de inteligência estaria relacionado ao nível de inteligência geral do indivíduo e a habilidades específicas exigidas em cada teste (Thorndike, 1997). Esta teoria apresenta dois tipos de fatores durante a resolução de um problema: Um fator de inteligência geral (fator G) e outros fatores específicos (fatores s) (Aiken, 2000).
Outro pesquisador de grande impacto na polêmica sobre os componentes da inteligência foi David Wechsler, que em 1939, definiu dois tipos de inteligência, verbal e não verbal. Este autor apresentou dois testes para avaliação da inteligência, sendo o primeiro destinado a adultos, conhecido por WAIS (Wechsler Adult Intelligence Scale) e segundo para crianças, o WISC (Wechsler Intelligence Scale for Children). Estes instrumentos trouxeram a possibilidade de se investigar as várias habilidades envolvidas em cada um destes dois tipos de inteligência, por meio de subtestes verbais e não verbais, vindo a se tornar uma das medidas mais amplamente divulgadas e