interdiciplinaridade
ISSN 1809-3264 Ano 5 2009
INTERDISCIPLINARIDADE: AS PRÁTICAS POSSÍVEIS[1]
Luiza Helena Oliveira da Silva[2]
Francisco Neto Pereira Pinto[3]
Assim, os desenvolvimentos disciplinares das ciências trouxeram as vantagens da divisão do trabalho, mas também os inconvenientes da superespecialização, do confinamento e do despedaçamento do saber. Não só produziram o conhecimento e a elucidação, mas também a ignorância e a cegueira.
Edgar Morin, A cabeça bem feita
Resumo
Este trabalho põe em confronto dizeres sobre a interdisciplinaridade na escola. De um lado, encontram-se as conceitualizações expressas nos Parâmetros Curriculares do Ensino Fundamental
(1998) e Médio (1999), documentos que preconizam a necessidade de um ensino interdisciplinar; de outro, situa-se a fala de professores que têm nas mãos o desafio de um ensino não compartimentalizado e que expressam os sentidos que atribuem à interdisciplinaridade a partir da prática docente. Como pretendemos mostrar, se podem ser identificados equívocos e desvios que impedem a consecução de efetivas experiências interdisciplinares, é necessário que se compreendam algumas interdições advindas do próprio universo escolar, seja pelo modo de divisão do trabalho, seja pela interdição ao diálogo e trabalho compartilhado pelos professores. Como fundamentação teórica, valemo-nos de trabalhos de educadores que discutem a interdisciplinaridade e de reflexões sobre o dizer trazidas pela Análise do
Discurso de linha francesa (AD).
Palavras-chave: ensino interdisciplinar; discurso; Parâmetros Curriculares Nacionais
Abstract
This work puts in confrontation saying about interdisciplinarity in school. In one side, there are the conceptualizations expressed in the Parêmetros Curriculares do Ensino Fundamental (1998) e Médio
(1999), documents that advocate the necessity of a interdisciplinar education; in