Interações Fármaco-alimento
Escola de Medicina e Cirurgia Farmacologia I
Interações Fármaco-alimento
1. Introdução
Os alimentos podem modificar os efeitos terapêuticos dos fármacos por interferirem nos processos farmacocinéticos ou farmacodinâmicos. A farmacocinética envolve as etapas de absorção, distribuição, metabolização e excreção. Já a farmacodinâmica caracteriza-se pelo efeito clínico ou fisiológico do medicamento. A administração de fármacos concomitantemente com as refeições, quando recomendada, faz-se por três razões fundamentais: possibilidade de aumentar a absorção dos fármacos, reduzir o efeito irritante de alguns fármacos, e usar como auxiliar no cumprimento da terapêutica. No entanto, pode ocorrer interações entre alimentos e fármacos, as quais são susceptíveis de alterar a biodisponibilidade, a ação ou a toxicidade de uma ou de ambas as substâncias. As IAF podem ser classificadas de acordo com vários critérios, por exemplo: local onde se produz a interação, tempo durante o qual se observa os efeitos da interação, IAF imediata ou retardada; efeito final benéfico ou prejudicial ao doente. 2. Interações de natureza farmacocinética
Na farmacocinética, os alimentos influenciam os processos de dissolução, absorção, distribuição, metabolização e excreção do fármaco, podendo alterar a sua concentração no organismo. Assim, a concentração do fármaco no local de ação está aumentada se a possível IAF: promover a absorção do fármaco, reduzir a sua ligação às proteínas plasmáticas, diminuir os seus mecanismos de eliminação, ou aumentar a formação dos seus metabólitos ativos. Por outro lado, uma diminuição da concentração do fármaco verifica-se se ocorrerem mecanismos contrários. 2.1. Influência dos alimentos na absorção de fármacos A modificação da velocidade de esvaziamento gástrico é o principal fator interveniente na absorção de fármacos, podendo causar o atraso, redução, aumento ou antecipação desta etapa.