Interação e espaço na educação.
Diante do pressuposto de que a criança é um constructo social que se transforma no decorrer do tempo, compreendemos que a infância, fase inicial da vida de um individuo na qual se desenvolve todo o ser em sua dimensão biológica e social, nem sempre foi compreendida e respeitada em suas especificidades como nos descreve Áries em sua obra A História Social da Criança (1962).
No período medieval, não se percebia as constituições físicas, morais e sexuais da infância e tão poucos a necessidade de um tempo de transição entre esta idade e a idade adulta para que o sujeito pudesse se desenvolver em sua plenitude para poder integrar-se no mundo dos adultos como percebemos na atualidade.De acordo com o autor, entre os séculos XI e XII, assim que as crianças adquiriam condições de sobreviver sem o cuidado materno ou de suas amas, passavam a conviver com os adultos participando de suas atividades diárias de subsistência, bem como de jogos, brincadeiras e caçadas.
Os primeiros vestígios de atenção à criança são as pinturas do século XIV, retratando crianças em formas de anjos e na realidade do cotidiano da época elas eram vistas como seres inacabados e incapazes portanto excluídas do convívio social.
A partir do século XVII, iniciaram-se os primeiros ideais de educação para a infância tendo como principal educador e pedagogista Jan Amos Komensky (Comênio), o qual objetivava a universalização da educação, segundo o qual: “Deve-se começar a formação muito cedo, pois não se deve passar a vida a aprender, mas a fazer.”(apud.Almeida, pg. 21-2006).
No século XVIII a revolução burguesa passou a recorrer à educação como forma de domínio e impor a estrutura social vigente.Nesse contexto surge a igreja garantindo a educação religiosa e instrução em disciplinas eclesiásticas preocupando-se em formar adeptos e garantir seus interesses próprios.
Com a industrialização no século XIX, houve o êxodo rural e começaram a formar –se as primeiras cidades sem infra-estrutura e